Uma prosa à
preguiça.
Não
quero outra vida, senão a da tranquilidade na beira do rio pescando os peixinhos
com uma varinha. Deixar que as horas passem levemente, sem olhar para o ponteiro
acelerado dos minutos. Apenas se deixar levar.
Assim
como um sapo de barriga para o ar, ficar olhando o céu, desenhando bichinhos
com as nuvens desgarradas, alimentar a minha preguiça ao som das aguas do rio,
onde numa arvore canta um sabiá.
Aqui
longe da correria diária, das irritantes buzinas e das sinaleiras morosas, que
me levam para o trabalho, deixo tudo para trás. Agora o meu direito à preguiça
é o tudo, que me eleva e me faz este sonhador, que acordado sente a leveza do
mundo, da natureza amiga com seus reinos em perfeita harmonia neste cantinho
longe da civilização.
Deixo
que meu corpo sinta a leveza, flutuo sobre as aguas do rio, sou apenas um
sapinho numa folha verde, que balança com o vento, mas sabe do equilíbrio, antes
do mergulho para a travessia, antes do pôr do Sol.
Permita-se
o direito do não fazer nada, desligue-se do mundo de respostas imediatas e
embrenhe num interior, onde a natureza ainda lhe revolva do estresse, para que
não seja surpreendido com a dona depressão.
Toninho
05/09/2025
Grato
pela visita.